sexta-feira, 10 de junho de 2011

Existe certo ou errado no budismo?

Ontem, conversando com uma pessoa, surgiu uma questão muito interessante.

Estávamos conversando sobre a prática do budismo no dia a dia, e então ela disse o seguinte: "Mas o que há de errado em comer carne? Afinal de contas, se observarmos a natureza, muitos animais matam para comer e sobreviver. O que há de errado nisso?".

Acho essa questão muito boa. Ela nos leva a perceber que, no budismo, não existe certo ou errado. O que existe é felicidade e sofrimento, ou melhor dizendo, ações que nos levam a experienciar felicidade e ações que nos levam a experienciar sofrimento.

Quando um ser vivo mata outro ser vivo, sua mente entra em contato com a morte, com a ação de matar. Porque sua mente entrou em contato com isso, no futuro ela irá experienciar a mesma ação, só que do outro lado: sendo morta, a vida lhe sendo tirada por alguém.

Basta perguntar: quando eu experienciar isso, será uma experiência agradável ou desagradável?

De modo análogo, quando um ser vivo respeita a vida de outro ser vivo e protege sua vida, sua mente entra em contato com respeito pela vida, com proteção da vida. Porque sua mente entrou em contato com isso, no futuro ela irá experienciar essa mesma ação, só que do outro lado: sua vida sendo respeitada, sua vida sendo protegida.

Então perguntamos novamente: quando eu experienciar isso, será uma experiência agradável ou desagradável?

Na minha opinião, não dá para entender profundamente a lei do carma sem entender como a mente funciona e, principalmente, sem entender que tudo é uma aparência à mente, como um sonho. (Sutra Rei da Concentração).

Buda não inventou a lei do carma, e também não é seu legislador. Buda apenas entendeu como a nossa mente funciona, percebe e experiencia as coisas. E a lei do carma é apenas uma parte de como nossa mente funciona e percebe as coisas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário