sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Porque tenho que passar por isso?

Essa é uma das perguntas mais comuns, quando passamos por algum problema. Porque eu? Porque comigo? Porque... agora?!?



Buda diz que todas as nossas experiências, boas e más, são apenas o efeito das ações que fizemos nesta vida e nas vidas passadas.

Portanto, "não temos que passar" por nada. Estamos apenas vivendo os efeitos do que fizemos.

É como se eu fosse para a praia bem cedinho e ficasse o dia inteiro exposto ao sol. Ao final do dia, minha pele está vermelha, queimada e doendo. "Porque tenho que passar por isso?"

Do ponto de vista budista, essa pergunta não tem sentido. Estou com queimaduras de sol porque fiquei exposto ao sol sem nenhuma proteção. Se eu não tivesse ficado exposto ao sol, ou se tivesse usado alguma proteção, não teria me queimado.

Simples assim.

"Ah, mas eu não sabia, não percebi, estava mais preocupado em me divertir, achei que ia ser legal...".

Infelizmente, nenhum desses pensamentos nos protege de problemas e sofrimentos!

"Ah, mas eu não sabia" = a ignorância é a raiz de todos os nossos sofrimentos.

"... não percebi..." = a ignorância impede que percebamos as coisas.

"... estava mais preocupado em me divertir" = o apego desejoso é uma forma de ignorância. Ele nos faz agir contra nossos verdadeiros interesses.

"... Achei que ia ser legal..." = ignorância, apego desejoso, raiva, tudo isso são delusões, formas distorcidas de ver a realidade cujo fruto final é dor e sofrimento.

Quando entendermos corretamente a lei do carma, vamos substituir a pergunta "porque tenho que passar por isso" pela desejo "pelo que eu quero passar no futuro?"

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Links com o Dharma - Meditando com Renato Russo


Uma meditação a partir da música Pais e Filhos, de Renato Russo

Dorme agora, é só o vento lá fora

Acorda! Desperta! Não está acontecendo nada lá fora. Não existe dentro, não existe fora. O que parece acontecer "lá fora" é somente os ventos do carma, que a nossa ignorância projeta para fora de nós, como num sonho, e nos fazendo acreditar que é a realidade.

Quero colo! Vou fugir de casa! Posso dormir aqui com vocês? Estou com medo, tive um pesadelo, só vou voltar depois das três.

Não é esse o verdadeiro sentimento de refúgio? Quando o medo se apodera do nosso coração, o que fazemos? Esquecemos de buscar o colo dos Budas, sua amorosa proteção. Esquecemos de nos colocar sob seus olhares amorosos. Esquemos de nos voltarmos para as Três Joias Sublimes e Preciosas.



Me diz, porque o céu é azul? Explica a grande fúria do mundo

Nada é, tudo está. O céu é azul porque a mente o percebe azul. Nunca conseguirás uma fatia do céu azul para guardar em tua cômoda. A mente é a criadora de tudo.

"Buda, o Habilidoso, disse:
'Assim, todos os medos
E todos os infinitos sofrimentos
Surgem da mente'.

Quem criou intencionalmente as armas
Que ferem os seres nos infernos?
Quem criou aquele chão de ferro em brasa?
E de onde surgiram as tentadoras alucinações?"
(Shantideva, Guia do estilo de vida do Bodhisattva).

Portanto, não tenhas medo, não busques outra explicação ou outro refúgio.

Tudo está na mente. A mente é a verdadeira criadora. Não durmas. Desperta! Refugia tua mente nas Três Joias e a ilusão do que está dentro e do que está fora desaparecerão, como o vento.